Feliz dia da Mãe,

a todas as mães que vivem a materninade na sua complexidade positiva e negativa e a todas aquelas que por variadíssimos motivos não chegam a completar toda esta fase: mas são mães (e que belas mães).

A maternidade pode ser a fase mais desafiante da vida de uma mulher. Desde a gestação, ao parto, à privação de sono, à amamentação, às preocupações, aos comentários, às críticas e opiniões – e todo o desespero da incerteza.

No dia de hoje pretendo ajudar a identificar episódios de depressão pós-parto, bem como ajudar a prevenir os mesmos. Desvalorizada e negada por muitos, a depressão pós-parto afeta 20 a 35% das mulheres. Precisa e deve ser tratada, não só porque pode estar a “roubar” à mãe a oportunidade de desfrutar daquele que é, para muitas mulheres, um dos momentos mais felizes da sua vida, mas também porque perturba o bem-estar do próprio bebé.

A depressão pós-parto desenvolve-se pela combinação de diversos fatores, nomeadamente biológicos, psicológicos, familiares e socioeconómicos. Sabe-se que um dos principais percursores deste tipo de depressão é a ansiedade associada à gravidez, podendo os sinais da depressão pós-parto começar durante esta fase.

Tradicionalmente, os sintomas iniciam-se nos 3 primeiros meses após o parto, mas podem aparecer nos 18 meses subsequentes, e são semelhantes aos sintomas de depressão major. Como principais sinais e sintomas para identificar a depressão pós-parto podemos ter:

  • Irritabilidade e choro fácil
  • Tristeza prolongada (mais de duas semanas)
  • Falta de energia
  • Incapacidade se realizar tarefas do dia a dia
  • Desinteresse pelo bebé ou ansiedade exagerada pelo estado de saúde
  • Baixa autoestima e perda de confiança
  • Sensação de culpa, vergonha ou fracasso
  • Dificuldades de concentração, atenção e memória
  • Alterações do apetite e do sono
  • Ideias de morte ou suicídio

Para além de sintomas, existem também alguns fatores de risco. Isto significa que, embora qualquer mulher possa desenvolver uma depressão pós-parto, existem circunstâncias que aumentam esse risco, nomeadamente:

  • História pessoal ou familiar de depressão
  • Depressão durante a gravidez
  • Ansiedade durante a gravidez
  • Complicações na gravidez ou no parto
  • Parto anterior traumático
  • Perdas gestacionais anteriores
  • Falta de apoio familiar
  • Má relação conjugal
  • Ser mãe de prematuro ou de gémeos
  • Gravidez indesejada

Nota: depressão pós-parto é diferente da baby blues (é mais leve e “passa” naturalmente nas primeiras 2 semanas após o parto) que atinge 80% das recém-mamãs. No entanto, quando não cuidado, pode escalar e avançar para um quadro de depressão pós-parto. Como sugestões para prevenção destes episódios depressivos:

  • Descanso
  • Dividir os trabalhos domésticos e os cuidados do bebé
  • Não dar ouvidos às críticas
  • Não tentar ser perfeita

Que a saúde mental de todas as pessoas, hoje em especial das mães, seja plena em todas as fases de vida.

Com carinho, Vanessa Pinto

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