Há um segundo vírus nesta pandemia


Andamos cansados, frustrados, impacientes, ansiosos e com medo, sobretudo por um motivo: a incerteza do futuro. A impossibilidade de controlarmos o que ainda nos espera nesta pandemia.

Para além do contágio viral mais evidente que estamos a viver, atravessamos um contágio igualmente preocupante: o contágio emocional negativo. Um vírus discreto na sua fase inicial de transmissão, mas que à medida que se vai propagando – através da avalanche de notícias negativas ou pelo colega de trabalho que só se queixa – vai evidenciando claramente os seus sintomas. O mau humor, desesperança, impaciência, isolamento, tristeza começam a vir à tona e quando damos por isso, já projetámos esta perceção contaminada do presente e do futuro no marido ou mulher, que por sua vez descarrega no colega de trabalho, que acaba por implicar com a senhora do supermercado, de quem absorvemos um reforço da carga viral.

Este contágio é ainda mais sofisticado do que o da Covid-19: não se transmite apenas no contacto presencial de um para um, mas também em formato online. Seja pela fadiga clara das inevitáveis reuniões zoom ou pelo contacto com as redes sociais repletas de desinformação e ventilação emocional constantes.

Mas qual é a vacina?

Diminuir o contacto com contextos que são, por si só, mais contagiosos (e.g., redes sociais, colegas ou amigos que são tendencialmente catastróficos).

Escolher bem as nossas fontes de informação: estar bem informado é um trunfo neste combate!

Tentar manter-se positivo: procure fazer coisas que lhe deem prazer, que o façam sorrir e estar bem disposto.

Manter uma higiene de sono e de alimentação saudáveis.

Lembre-se que o seu humor influencia sempre o de quem se cruza consigo e que, se conseguirmos fazer com que sentimentos como a esperança comecem a ser os mais contagiosos, ganhamos mais poder no combate a ambos os vírus.

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