A chegada de um bebé traz mudanças importantes na dinâmica familiar e de casal, principalmente aquando do primeiro filho. Os cuidados a um recém-nascido, bem como a recuperação física e emocional do parto, são desafios na adaptação a novos papéis e novas rotinas. Este período do ciclo de vida acarreta uma profunda transformação, a nível individual, mas também de casal. Em particular, o retomar da vida sexual pode não ser aquilo que os casais imaginavam ou desejavam.

É desejável aguardar entre 6 a 8 semanas após o parto para retomar a atividade sexual, pelo menos o coito vaginal. Porém, é comum alguns casais levarem mais tempo, ou não ser como era dantes. Alguns casais podem passar por dificuldades sexuais específicas, como dor sexual ou falta de desejo sexual.

Alguns casais podem passar por dificuldades sexuais específicas, como dor sexual ou falta de desejo sexual.

Os estudos mostram que há uma diminuição da frequência da atividade sexual neste período, que se vai dando ainda durante a gravidez, e que pode demorar até um ano após o nascimento para que se atinjam níveis semelhantes aos que havia antes de engravidar.

Estas alterações podem ter que ver com diversos fatores:

– A forma como decorreu o parto (e.g. se foi parto vaginal ou cesariana, se houve episiotomia ou laceração);

– A forma como decorreu o puerpério (e.g. o processo de aleitamento/alimentação do bebé, alterações hormonais e baby blues, depressão pós-parto);

– Questões da dinâmica do casal, muitas vezes prévias ao nascimento, e que ficam intensificadas;

– Questões da dinâmica familiar (e.g. rede de suporte, retomar as atividades profissionais);

– Questões contextuais (e.g. contexto económico e social);

Não existe um tempo “certo” ou aplicável a todos. Este é um período de reformulação da relação com o corpo e com a sexualidade, em que se é convidado a valorizar novas formas de intimidade.

A pré-concepção e a gravidez podem ser oportunidades de consciencialização destes desafios, que muitas vezes ficam esquecidos nos múltiplos afazeres que a chegada de um bebé acarreta. Deste modo, os casais que se adaptam melhor a esta fase não são necessariamente os que conseguem retomar a atividade sexual mais cedo ou com mais frequência. São aqueles que conseguem comunicar sobre estes desafios, gerindo expectativas e motivando-se em conjunto na procura de soluções.

Se está a passar por um período de pós-parto e sente alguma destas dificuldades, saiba que pode obter ajuda especializada.

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